Absolum

Review: Absolum

Talvez estejamos vivendo a época de ouro dos “roguelikes“. Jogos que prezam pela repetição, que lidam com escolhas e consequências, que testam o limite de quem joga e nos levam a uma perfeição vinda do erro. Existem muitos exemplos deste tipo atualmente, até mesmo um jogo de cartas, mas ainda há espaço para quem se arrisca a explorar o mar de roguelikes e trazer algo que não é necessariamente novo, mas ainda consegue agradar pelo carisma e originalidade de abordagem – ou uma mescla bem feita.

Neste caso, Absolum é um bom exemplo de roguelike moderno. Produção da Dotemu em parceria com a Guard Crush Games e a Supamonks, Absolum traz de volta a época dos beat’em ups clássicos e mistura com elementos de roguelike para fazer a felicidade de quem gosta dos dois tipos de jogos. Mas não pense em qualquer beat’em up quando falamos deste aqui, tenha em mente dois deles, de forma específica: os dois Dungeons & Dragons de fliperama.

Sim, os primeiros minutos de Absolum te lembram, de cara, Dungeons & Dragons: Shadow over Mystara e Dungeons & Dragons: Tower of Doom, clássicos dos anos 90 e que adaptavam o famoso RPG de mesa para os videogames, de forma primorosa – além de todos os games que vieram antes ou depois e possuem a mesma pegada, como Knights of the Round. A ambientação medieval, personagens que usam magia e porradaria, entre outros elementos em comum, sem falar na história e cenário como um todo.

No enredo de Absolum, Talamh foi destruída por um cataclismo mágico causado por magos ambiciosos, deixando a magia sob desconfiança do povo comum. O Rei Sol Azra aproveitou esse pânico, escravizando magos por meio de sua Ordem Carmesim e colocando príncipes leais para governar os reinos conquistados. À medida que as forças de Azra reivindicam cada vez mais terras, a alta feiticeira Uchawi e um pequeno grupo de rebeldes emergem das sombras, empunhando magia proibida para desafiar seu regime opressor e desafiar seu poder mágico absoluto.

Tudo isso, claro, serve como pano de fundo para fases e fases de pancadaria e aventura, com progresso 2D e gráficos que lembram desenhos animados modernos lindíssimos.

A jogabilidade de Absolum é simples e direta ao ponto. Alguns botões aplicam golpes fracos e fortes, é possível lançar magia de forma limitada para alguns personagens e há sempre a possibilidade de realizar combos, saltar e esquivar de golpes inimigos. Aliás, queria agradecer pessoalmente aos desenvolvedores por incluir um botão de esquiva/dash no game, facilitando não só o deslocamento, deixando a ação mais ágil, mas também abrindo um leque de estratégias para que os combates se desenvolvam de forma recompensadora.

Para além disso, é um roguelike da forma como conhecemos o gênero atualmente. Se você morrer, é revivido por uma deusa que luta ao seu lado e transportado para o acampamento, onde pode melhorar suas habilidades, trocar personagens, entre outros elementos interativos. Sempre melhorando, sempre evoluindo e também progredindo a história para salvar o reinado.

Minha experiência com Absolum foi tão positiva que continuei a jogar mesmo com outras prioridades de produção de conteúdo pela frente. A experiência foi boa tanto sentado no meu PC, quanto no Steam Deck – ainda que não esteja totalmente certificado oficialmente, ele roda de forma perfeita no dispositivo, sem nenhum problema conhecido.

Uma única ressalva que faço é sobre o sistema de mapa. Achei confuso, pouco útil e não classifico que me ajudou tanto durante o progresso. Ainda assim, Absolum faz bem o serviço em todos os outros aspectos. É empolgante, tem cenas vibrantes, personagens carismáticos para controlar e também há modo multiplayer, para poder aproveitar com mais pessoas – algo que, sinceramente, nem precisava existir, mas evoca uma época de fliperamas que complementa a experiência que eles querem claramente trazer com este título.

Para quem é Absolum?

Jogar Absolum é um misto de sensações nostálgicas com uma empolgação moderna. Este é um jogo voltado, certamente, para quem aproveitou os beat’em ups medievais dos anos 90, especialmente da série Dungeons & Dragons. Porém, ele é divertido o suficiente para atrair também pessoas que buscam experiências novas dentro de um escopo de roguelike. Não necessariamente algo que “reinvente a roda”, mas que faça bem um serviço de diversão e satisfação pessoal a cada nova melhoria ou chefe vencido.

No fim das contas, ganha quem curte roguelike e ganha quem curte beat’em ups clássicos, com uma interpretação. A Dotemu é conhecida por lançar jogos que possuem essa pegada mais nostálgica, mas que, ao mesmo tempo, tenha um visual arrojado e carismático. Sua parceria com a Guard Crush se provou ser mais um bom fruto deste tipo de estratégia. Absolum é absolutamente indicado para quem busca diversão solo ou com amigos e amigas, além de desafios e um jogo que pode render mais horas de diversão do que alguns RPGs atuais.

Absolum já está disponível no PS4, PS5, Nintendo Switch e PC, via Steam.

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